Cultura

Os inconformados

Festival italiano reúne diretores imprescindíveis

Coisa de mestre. Giancarlo Giannini em Pasqualino Sete Belezas (1976), de Lina Wertmüller
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8º Festival Pirelli de Cinema Italiano


Faap e MIS, São Paulo, de 24 de novembro a 13 de dezembro

De sua cadeira de rodas, aos 72 anos, Bernardo Bertolucci ainda dá provas do maestro que nos lega desde os anos 1960 obras primeiras como O Conformista, 1900 e Os Sonhadores. Também indiferentes ao tempo e às implicações dele, os irmãos Paolo e Vittorio Taviani seguem com frescor juvenil para quem ultrapassou a marca dos 80 anos num cinema capaz de nos mobilizar. Fazia uma década que Bertolucci, paralisado por uma crônica dor na coluna, não dirigia até  apresentar no Festival de Cannes deste ano Eu e Você. Em cena, quiçá por ironia, uma visão renovada da juventude nem tanto pela forma de um huis clos adolescente, mas pela capacidade de apreender as expectativas da idade na iniciação de Lorenzo (Jacopo Olmo Antinori) pela irmã postiça (Tea Falco). No caso dos Taviani é o formato que se impõe em César Deve Morrer, uma encenação do Júlio César de Shakespeare por detentos de uma penitenciária romana que mereceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim.

Os dois filmes integram a programação do 8º Festival Pirelli de Cinema Italiano, que tem início sábado 24 com workshops na Faap, prossegue a partir de 1º de dezembro com retrospectiva de filmes do ator Giancarlo Giannini e finaliza com a mostra contemporânea entre 7 e 13 de dezembro. Nesta, outros 11 títulos recentes se somam aos de Bertolucci e dos Taviani. A maioria comédias de costumes, como 10 Regras para se Apaixonar, de Cristiano Bortone, que buscam o diálogo de velha tradição italiana, que safras recentes provam ser desafio difícil. Exceção talvez a Silvio Soldini, que mostra O Comandante e a Cegonha.

Mas será na presença do galã Giannini e seus oito filmes selecionados para sessões no Museu de Imagem e do Som que se dará o contraponto maior entre nova e antiga geração. Aqui está a habitual parceria do ator com Lina Wertmüller, que tem em Mimi, o Metalúrgico (1972), Amor e Anarquia (1973),  Por um Destino Insólito (1974) e Pasqualino Sete Belezas (1976) grandes momentos. Assim como é seu marido aristocrata ardiloso no drama O Inocente (1976), de Luchino Visconti, personagem atormentado a exemplo do escritor de O Mal Obscuro (1990).

O ator conversa com o público quinta 29, às 11 horas, na Faap.

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Faap e MIS, São Paulo, de 24 de novembro a 13 de dezembro

De sua cadeira de rodas, aos 72 anos, Bernardo Bertolucci ainda dá provas do maestro que nos lega desde os anos 1960 obras primeiras como O Conformista, 1900 e Os Sonhadores. Também indiferentes ao tempo e às implicações dele, os irmãos Paolo e Vittorio Taviani seguem com frescor juvenil para quem ultrapassou a marca dos 80 anos num cinema capaz de nos mobilizar. Fazia uma década que Bertolucci, paralisado por uma crônica dor na coluna, não dirigia até  apresentar no Festival de Cannes deste ano Eu e Você. Em cena, quiçá por ironia, uma visão renovada da juventude nem tanto pela forma de um huis clos adolescente, mas pela capacidade de apreender as expectativas da idade na iniciação de Lorenzo (Jacopo Olmo Antinori) pela irmã postiça (Tea Falco). No caso dos Taviani é o formato que se impõe em César Deve Morrer, uma encenação do Júlio César de Shakespeare por detentos de uma penitenciária romana que mereceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim.

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