Cultura

Mérito à francesa

O trabalho dos diretores Olivier Nakache e Eric Toledano em ‘Intocáveis’ entra com os ingredientes certos para assegurar apelo facilitador ao público

Ingredientes certos. Omar Sy conduz François Cluzet. Forte apelo
Apoie Siga-nos no

Intocáveis


Olivier Nakache e Eric Toledano

Quando um fenômeno como Intocáveis, em cartaz a partir de sexta 30, irrompe no cinema a tendência é buscar os fatores que o expliquem na obra e fora dela. No que se refere a esta última condição temos não um petardo hollywoodiano, ocorrência de sucesso habitual, mas sim francês. Para a rara marca de 20 milhões de espectadores no país de origem, colabora, lembre-se, um mercado fortalecido e protegido da sanha norte-americana.

Quanto ao filme, o trabalho dos diretores Olivier Nakache e Eric Toledano entra com os ingredientes certos para assegurar apelo facilitador ao público, com situações de contraste social, temática que aborda com humor assuntos caros às sociedades europeias como a xenofobia e outros de correção política duvidosa. O formato permite a quem queira ou se integrar ao filme ou desmerecê-lo, contexto de divisão que costuma favorecer as bilheterias.

O quadro todo se explica pela relação central da narrativa entre um rico e aristocrático empresário tetraplégico (François Cluzet) e o novo atendente de quem dependerá (Omar Sy), imigrante negro morador da periferia parisiense que ali procura conciliar problemas familiares.

Nesse encontro serão fatídicos não só ríspidos confrontos entre ambos como um inevitável aprendizado, excluídos cada um à sua maneira.

Nada que possa contribuir de forma decisiva para uma reflexão sobre as diferenças profundas que os opõem e muito menos venha a desabonar as boas intenções em tocá-las com leveza. Enfim, aquele equilíbrio próprio de muitas fitas do gênero em Hollywood, que de tão identificada com a história promete sua refilmagem.

Intocáveis


Olivier Nakache e Eric Toledano

Quando um fenômeno como Intocáveis, em cartaz a partir de sexta 30, irrompe no cinema a tendência é buscar os fatores que o expliquem na obra e fora dela. No que se refere a esta última condição temos não um petardo hollywoodiano, ocorrência de sucesso habitual, mas sim francês. Para a rara marca de 20 milhões de espectadores no país de origem, colabora, lembre-se, um mercado fortalecido e protegido da sanha norte-americana.

Quanto ao filme, o trabalho dos diretores Olivier Nakache e Eric Toledano entra com os ingredientes certos para assegurar apelo facilitador ao público, com situações de contraste social, temática que aborda com humor assuntos caros às sociedades europeias como a xenofobia e outros de correção política duvidosa. O formato permite a quem queira ou se integrar ao filme ou desmerecê-lo, contexto de divisão que costuma favorecer as bilheterias.

O quadro todo se explica pela relação central da narrativa entre um rico e aristocrático empresário tetraplégico (François Cluzet) e o novo atendente de quem dependerá (Omar Sy), imigrante negro morador da periferia parisiense que ali procura conciliar problemas familiares.

Nesse encontro serão fatídicos não só ríspidos confrontos entre ambos como um inevitável aprendizado, excluídos cada um à sua maneira.

Nada que possa contribuir de forma decisiva para uma reflexão sobre as diferenças profundas que os opõem e muito menos venha a desabonar as boas intenções em tocá-las com leveza. Enfim, aquele equilíbrio próprio de muitas fitas do gênero em Hollywood, que de tão identificada com a história promete sua refilmagem.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar