Cultura

Luciano Carneiro, um paraquedas atrás das linhas inimigas

O filho do fotógrafo conta como seu pai embarcou com os americanos na Coreia do Sul, durante a Operação Tomahawk

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Um dos maiores correspondentes de guerra brasileiros, Luciano Carneiro perseguiu a hora e o local certos de modo a fazer de suas reportagens autênticos testemunhos de um tempo. À moda de Robert Capa, que desembarcara de paraquedas com os americanos para registrar a tomada da Sicília, em 1943, Carneiro fotografaria oito anos depois o desembarque dos Estados Unidos na Coreia do Sul, durante a Operação Tomahawk.

Ao contrário de Capa, contudo, não clicaria durante a descida, mas no chão. E, à moda do fotógrafo húngaro, mostraria a expectativa dos paraquedistas antes do salto, ainda no avião. 

Luciano Carneiro Filho, que não conheceu o pai, morto aos 33 anos em um acidente aéreo quando voltava da cobertura do primeiro baile de debutantes na futura Brasília, em 1959, discorda das desconfianças de um colega de Carneiro na revista O Cruzeiro, Flávio Damm, em relação ao uso dos paraquedas pelo fotógrafo durante a operação.

Em reportagem de CartaCapital, Damm dissera acreditar que o fotógrafo pudesse ter chegado à cena de combate por outros meios, uma vez que, segundo se recordava, Carneiro lhe teria dito não haver passado no exame de paraquedismo exigido pelas Forças Armadas americanas. 

Carneiro, contudo, segundo assegura seu filho, pulou de paraquedas de fato. E fez fotos da operação antes e depois (na imagem aqui publicada, ele se coloca diante de um soldado americano prestes a saltar).

“A operação Tomahawk visava a cortar a retirada das tropas comunistas norte-americanas e chinesas. Portanto, foi realizada atrás das linhas inimigas. O único jeito de lá chegar era saltando de paraquedas. Meu pai ganhou, segundo me foi contado por um tio, Glauco, o direito de acompanhar a ofensiva ao vencer um torneio de xadrez (proposto, é claro, por ele) contra outros jornalistas correspondentes, pois o comandante só autorizara a ida de um deles.”

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