Cultura

Gol de letras

Crônicas revelam talento e sensibilidade de Sócrates

Capa do livro Sócrates, Brasileiro
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Sócrates, Brasileiro


As crônicas do doutor em CartaCapital


Editora Confiança, 216 págs., R$ 19,90

Em 2001, quando CartaCapital passou de quinzenal a semanal, Sócrates se juntou ao time de colunistas da revista. Ao longo de dez anos, até quando sua fragilizada saúde permitiu, Magrão mostrou que sabia ser craque também fora de campo. Transcorrido um ano da morte do ídolo da nação corintiana (4/12/2011), a Editora Confiança reúne, em livro, algumas de suas mais significativas crônicas. “Diziam que o forte dele era de calcanhar. Este livro é a prova definitiva de que de cabeça e de letra ele também era ótimo”, escreve Washington Olivetto a respeito do lançamento de Sócrates, Brasileiro – As Crônicas do Doutor em CartaCapital.

Nos textos, o jogador de qualidades inquestionáveis abre espaço para revelar o ser humano que, conforme define o jornalista Juca Kfouri no prefácio, “sempre esteve a postos nas melhores trincheiras, fosse para lutar contra os moinhos de vento, fosse para enfrentar a miséria dos poderosos, dos gananciosos, dos egoístas e dos aproveitadores”. Coerente e libertário, Sócrates jamais se enquadrou no time dos certinhos, escolheu o caminho dos epicuristas e o trilhou até o fim. Em 2008, quando Ronaldinho foi duramente criticado pela mídia por seu envolvimento com travestis durante uma noitada, Magrão saiu publicamente em defesa do amigo. “Como eu, Ronaldo gosta do que é bom: sexo, festas, amigos, cervejas, gargalhadas”, escreveu.

Coração compassivo, ainda não era jogador profissional quando ouviu, pesaroso, o relato de um garoto pobre que via no futebol a chance de ter tudo o que queria sem precisar estudar. Cabisbaixo, afastava-se quando chutou uma laranja para longe. O menino o chamou e lançou a pergunta: “Doutor, o senhor já pensou em jogar futebol?”

Em seus primeiros dias de Parque São Jorge, ouviu atento os conselhos de um assíduo frequentador do clube. Experimentado nas agruras da vida, Zeca o aconselhou a honrar a camisa. “Ela não representa só um clube e sim uma posição, uma voz, uma forma de expressão para quem nunca se sentiu protegido pelo mundo. Aqui encontramos nossas respostas.” As palavras ecoaram. Tempos depois Sócrates entendeu seu significado e encontrou o caminho de sua história.

E que história.

Sócrates, Brasileiro


As crônicas do doutor em CartaCapital


Editora Confiança, 216 págs., R$ 19,90

Em 2001, quando CartaCapital passou de quinzenal a semanal, Sócrates se juntou ao time de colunistas da revista. Ao longo de dez anos, até quando sua fragilizada saúde permitiu, Magrão mostrou que sabia ser craque também fora de campo. Transcorrido um ano da morte do ídolo da nação corintiana (4/12/2011), a Editora Confiança reúne, em livro, algumas de suas mais significativas crônicas. “Diziam que o forte dele era de calcanhar. Este livro é a prova definitiva de que de cabeça e de letra ele também era ótimo”, escreve Washington Olivetto a respeito do lançamento de Sócrates, Brasileiro – As Crônicas do Doutor em CartaCapital.

Nos textos, o jogador de qualidades inquestionáveis abre espaço para revelar o ser humano que, conforme define o jornalista Juca Kfouri no prefácio, “sempre esteve a postos nas melhores trincheiras, fosse para lutar contra os moinhos de vento, fosse para enfrentar a miséria dos poderosos, dos gananciosos, dos egoístas e dos aproveitadores”. Coerente e libertário, Sócrates jamais se enquadrou no time dos certinhos, escolheu o caminho dos epicuristas e o trilhou até o fim. Em 2008, quando Ronaldinho foi duramente criticado pela mídia por seu envolvimento com travestis durante uma noitada, Magrão saiu publicamente em defesa do amigo. “Como eu, Ronaldo gosta do que é bom: sexo, festas, amigos, cervejas, gargalhadas”, escreveu.

Coração compassivo, ainda não era jogador profissional quando ouviu, pesaroso, o relato de um garoto pobre que via no futebol a chance de ter tudo o que queria sem precisar estudar. Cabisbaixo, afastava-se quando chutou uma laranja para longe. O menino o chamou e lançou a pergunta: “Doutor, o senhor já pensou em jogar futebol?”

Em seus primeiros dias de Parque São Jorge, ouviu atento os conselhos de um assíduo frequentador do clube. Experimentado nas agruras da vida, Zeca o aconselhou a honrar a camisa. “Ela não representa só um clube e sim uma posição, uma voz, uma forma de expressão para quem nunca se sentiu protegido pelo mundo. Aqui encontramos nossas respostas.” As palavras ecoaram. Tempos depois Sócrates entendeu seu significado e encontrou o caminho de sua história.

E que história.

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