Cultura

Estrela Fugaz

Pier Angeli, suave, sensual e depressiva, dizia não suportar a ideia de envelhecer

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Desde sua infância pobre em Cagliari, na Sardenha, Anna Maria Pierangeli (1932-1971) e sua irmã gêmea, Marisa Pavan, sonhavam com o estrelato no cinema. O sonho de Anna, que seccionou seu sobrenome e virou Pier Angeli, logo se realizou, ao menos em parte. Marisa também se tornaria atriz de certo prestígio.

Aos 17 anos Pier Angeli já contracenava com Vittorio de Sica em Amanhã Será Tarde Demais (1950), de Léonid Moguy, e no ano seguinte protagonizava a coprodução ítalo-americana Teresa, de Fred Zinnemann, que lhe rendeu o Globo de Ouro e abriu as portas de Hollywood.

Com seu rosto fino, ao mesmo tempo suave e sensual, ela chegou a ser comparada a Greta Garbo, e estrelou obras de diretores como Richard Brooks (O Milagre do Quadro e Conflito de Paixões), Robert Wise (Marcado pela Sarjeta) e Robert Aldrich (Sodoma e Gomorra).

Mas, por algum motivo, não chegou a se tornar uma estrela do nível de Sofia Loren ou Claudia Cardinale. Talvez sua errática vida amorosa tenha atrapalhado. No início dos anos 1950 ela namorou com Kirk Douglas e teve um romance platônico com James Dean (“o único homem que amei”), mas, por pressão da mãe, acabou se casando com o ator Vic Damone, de quem logo se divorciaria.

Casou-se de novo em 1962, com o compositor italiano Armando Trovajoli. O segundo divórcio, em 1969, acentuou a depressão e o sentimento de derrota. Dizia a amigos que a proximidade dos 40 anos a apavorava. Aos 39, foi encontrada morta em sua casa, depois de uma overdose  de barbitúricos. Pouco antes tinha feito sua última


e melancólica aparição nas telas, na ficção científica barata Octaman.

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O Cálice Sagrado (1954)


No século I d.C., escultor grego (Paul Newman) deseja fazer um cálice de prata gravado com as figuras de Cristo e seus discípulos. Para isso, vai a Jerusalém, onde encontra um falso messias (Jack Palance). Neste drama de Victor Saville, Pier Angeli é Débora, mulher do escultor, que se envolve com outra (Virginia Mayo).

Marcado pela Sarjeta (1956)


Em Nova York, após cumprir pena de prisão, Rocky Graziano (Paul Newman) larga a delinquência e torna-se grande pugilista, apesar do horror que sua mulher (Pier Angeli) sente diante das lutas. Baseado na autobiografia de Graziano, o filme de Robert Wise tornou-se um clássico do gênero.

Uma Batalha no Inferno (1965)


No fim de 1944, quando o comando aliado crê que as forças nazistas estão liquidadas, um oficial da inteligência (Henry Fonda) tenta convencer seus superiores de que Hitler prepara uma ofensiva. Neste drama de Ken Annakin, Pier Angeli é uma prostituta que atua no mercado negro.

Desde sua infância pobre em Cagliari, na Sardenha, Anna Maria Pierangeli (1932-1971) e sua irmã gêmea, Marisa Pavan, sonhavam com o estrelato no cinema. O sonho de Anna, que seccionou seu sobrenome e virou Pier Angeli, logo se realizou, ao menos em parte. Marisa também se tornaria atriz de certo prestígio.

Aos 17 anos Pier Angeli já contracenava com Vittorio de Sica em Amanhã Será Tarde Demais (1950), de Léonid Moguy, e no ano seguinte protagonizava a coprodução ítalo-americana Teresa, de Fred Zinnemann, que lhe rendeu o Globo de Ouro e abriu as portas de Hollywood.

Com seu rosto fino, ao mesmo tempo suave e sensual, ela chegou a ser comparada a Greta Garbo, e estrelou obras de diretores como Richard Brooks (O Milagre do Quadro e Conflito de Paixões), Robert Wise (Marcado pela Sarjeta) e Robert Aldrich (Sodoma e Gomorra).

Mas, por algum motivo, não chegou a se tornar uma estrela do nível de Sofia Loren ou Claudia Cardinale. Talvez sua errática vida amorosa tenha atrapalhado. No início dos anos 1950 ela namorou com Kirk Douglas e teve um romance platônico com James Dean (“o único homem que amei”), mas, por pressão da mãe, acabou se casando com o ator Vic Damone, de quem logo se divorciaria.

Casou-se de novo em 1962, com o compositor italiano Armando Trovajoli. O segundo divórcio, em 1969, acentuou a depressão e o sentimento de derrota. Dizia a amigos que a proximidade dos 40 anos a apavorava. Aos 39, foi encontrada morta em sua casa, depois de uma overdose  de barbitúricos. Pouco antes tinha feito sua última


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O Cálice Sagrado (1954)


No século I d.C., escultor grego (Paul Newman) deseja fazer um cálice de prata gravado com as figuras de Cristo e seus discípulos. Para isso, vai a Jerusalém, onde encontra um falso messias (Jack Palance). Neste drama de Victor Saville, Pier Angeli é Débora, mulher do escultor, que se envolve com outra (Virginia Mayo).

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