Cultura

Contra todos os demônios

Após enfrentar demônios existenciais de Ingmar Bergman, Max von Sydow se mostrou apto a encarnar qualquer pessoa ou entidade, de Jesus Cristo ao Diabo

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Depois de enfrentar os demônios existenciais de Ingmar Bergman em 13 filmes do diretor sueco, nos quais foi cavaleiro medieval, mágico, pescador, músico, médico e artista plástico, Max von Sydow se mostrou apto a encarnar nas telas qualquer pessoa ou entidade, de Jesus Cristo (em A Maior História de Todos os Tempos, de George Stevens) ao próprio Diabo (em Trocas Macabras, de Fraser Clarke Heston).

Filho de um etnólogo, Von Sydow nasceu em Lund, na Suécia, e estudou no Conservatório de Arte Dramática de Estocolmo. Atuando no teatro, em Malmö, conheceu Bergman, que o incentivou a tirar partido de seu físico: a alta estatura, o rosto magro e grave, a voz tonitruante. Começou no cinema em filmes de Alf Sjöberg, como Apenas uma Mãe (1949) e Senhorita Julia (1951), mas só ganhou notoriedade ao encarnar o cruzado que joga xadrez com a morte em O Sétimo Selo (1957), de Bergman.

Dono de uma técnica sólida, além do domínio fluente de meia dúzia de línguas, construiu uma carreira internacional das mais diversificadas, em filmes como o thriller de espionagem Carta ao Kremlin, de John Huston, o melodrama social Os Emigrantes, de Jan Troell, o terror religioso O Exorcista, de William Friedkin, e a comédia dramática Hannah e Suas Irmãs, de Woody Allen.

 

Viveu arquivilões memoráveis, como o Ernest Blofeld de 007 – Nunca Mais Outra Vez e o imperador Ming de Flash Gordon. Foi indicado duas vezes ao Oscar (a última no ano passado, por Tão Forte e Tão Perto) e trabalhou com Wenders, Scorsese e Ridley Scott. Aos 83 anos, mora em Paris com sua segunda mulher, a cineasta Catherine Brelet.

 DVDs

A Hora do Lobo (1966)

De férias com a jovem esposa grávida (Liv Ullmann) numa ilha rochosa fustigada pelos ventos, um pintor em crise (Max von Sydow) confronta-se com os fantasmas de seu passado e com seus  desejos insatisfeitos ou reprimidos. Uma das obras mais pessoais e perturbadoras de Ingmar  Bergman, quase um filme de terror.

O Exorcista (1973)

Em Washington, a menina Regan MacNeill (Linda Blair), filha de uma atriz (Ellen Burstyn), é possuída pelo demônio e ameaça todos os que se aproximam. O padre Merrin (Von Sydow), renomado exorcista, é chamado para livrá-la do mal. Dirigido por William Friedkin, um dos filmes de terror mais influentes do cinema moderno.

Hannah e Suas Irmãs (1986)

Hannah (Mia Farrow), ex-mulher do produtor de tevê Mickey (Woody Allen), é casada com Elliot, que se apaixona pela irmã mais nova da esposa, Lee (Barbara Hershey), por sua vez casada com um pintor misantropo (Von Sydow) nesta comédia dramática de relacionamentos que é um dos pontos altos de Woody Allen.

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