Sociedade

Espírito Santo registra 75 homicídios desde início de paralisação da PM

Bloqueio de familiares de policiais em saídas de batalhões continua apesar de Justiça ter determinado fim do movimento

Diversos saques, assaltos e atos de vandalismo foram registrados em várias regiões do estado
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A paralisação de policiais militares no Espírito Santo chegou ao quarto dia nesta terça-feira 7, e ao menos 75 homicídios já foram registrados em meio à onda de violência que atingiu o estado neste período. Apesar de uma liminar da Justiça contra o movimento, a mobilização de familiares de policiais, que impedem a saída de viaturas dos batalhões, continua.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo decretou que a mobilização é ilegal e ordenou a liberação dos batalhões, sob pena de multa diária de 100 mil reais para as associações de classe dos militares. Na decisão, o desembargador Robson Luiz Albanez afirma que a Constituição proíbe paralisação de policiais, que oferecem um serviço indispensável e cuja ausência coloca em risco a segurança coletiva.

Os familiares, porém, seguem mantendo os bloqueios montados nas sedes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para reivindicar reajuste salarial e pagamento de benefícios. A Associação de Cabos e Soldados da PM do Espírito Santo (ACS) entrou com um recurso contra a liminar e destacou que as entidades de classe não lideram o movimento, apenas colaboram na intermediação.

“Temos um impasse. Se temos algum responsável por essa situação caótica é a insensibilidade do governo em não negociar”, disse Thiago Bicalho, da ACS, destacando que o movimento de mulheres foi espontâneo e que o governo se recusa a negociar enquanto os batalhões estiverem bloqueados.

Já o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, alega que o governo está trabalhando para garantir a segurança da população e para pôr fim ao “movimento irresponsável que infelizmente tem sido explorado por alguns para disseminar o caos e a insegurança na população capixaba”.

Para ajudar a conter a onda de violência, o governo federal liberou as Forças Armadas para atuar no patrulhamento no estado e enviou 200 militares da Força Nacional para a região. Com o reforço, ônibus voltaram a circular em Vitória durante o dia nesta terça-feira.

Porém, a situação na capital capixaba ainda é caótica. Aulas e atendimentos em postos de saúde estão suspensos. Após 75 mortes registradas nos últimos quatro dias, segundo o sindicato de policiais civis do estado, o Departamento Médico Legal (DML) está lotado, e corpos estão sendo levados para uma unidade da Secretaria de Saúde que recebe óbitos por causas naturais. Além disso, diversos saques, assaltos e atos de vandalismo foram registrados em várias regiões do estado.

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